Entre o Mítico e o Astrológico: Desvendando Entidades e Simbologias Animais
A fascinação humana pelo oculto e pelo desconhecido frequentemente nos leva a explorar fronteiras onde a mitologia, a magia cerimonial e a astrologia se cruzam. Recentemente, uma dúvida pairou em fóruns esotéricos sobre a correlação entre certas entidades espirituais e rituais envolvendo sacrifícios animais, como cães ou bichos de estimação. Embora a Astrologia, em sua prática moderna e voltada ao autoconhecimento, não se incline a esses temas de manifestação ritualística direta, é fascinante como os arquétipos animais permeiam todo o simbolismo cósmico.
Para o astrólogo brasileiro, acostumado a ver os signos e planetas como chaves para a psique humana, é importante entender que, mesmo que a Goetia (o estudo de 72 espíritos, muitas vezes abordados no grimório da Chave Menor de Salomão) não seja o foco principal da astrologia contemporânea, os animais são pilares fundamentais da linguagem astrológica.
Os Arquétipos Animais na Astrologia: Do Zodíaco aos Planetas
No contexto astrológico, os animais raramente são vistos como objetos de rituais, mas sim como representações poderosas de energias planetárias e a manifestação das qualidades dos signos. Pense no Zodíaco:
- Áries: O Carneiro (força, iniciativa).
- Touro: O Touro (estabilidade, posse, sensualidade).
- Câncer: O Caranguejo (proteção, lar, emoção).
- Leão: O Leão (realeza, centro das atenções, vitalidade).
- Escorpião: O Escorpião (transformação, profundidade, intensidade).
- Peixes: Os Peixes (dualidade, dissolução, intuição coletiva).
Essa associação não sugere um poder sobre o animal em si, mas sim a influência daquela energia arquetípica na personalidade humana. Quando falamos de cães, por exemplo, frequentemente associamos sua lealdade e instinto protetor a energias que podem ser canalizadas por planetas como Marte (ação, coragem) ou até mesmo Júpiter (proteção, expansão), dependendo do contexto.
Analisando Entidades e Suas Conexões Simbólicas
A busca por entidades específicas ligadas a sacrifícios, como mencionado na discussão original, nos leva a um campo de estudo mais esotérico e tradicional, que difere muito da astrologia moderna focada no autoconhecimento e nos trânsitos planetários. No entanto, é possível encontrar entidades ou espíritos em tradições esotéricas que possuam formas animais ou que sejam associadas a domínios específicos do reino animal.
Para o estudante iniciante, é crucial entender a diferença entre astrologia (o estudo dos ciclos celestes e sua influência na vida terrestre) e magia cerimonial (a invocação ou evocação de forças específicas para fins práticos). Enquanto a astrologia nos dá o "quando" e o "porquê" de certas energias estarem ativas, a magia cerimonial tenta manipular essas energias.
Se você se sente atraído por entidades que representam a força bruta ou a proteção feroz – qualidades frequentemente atribuídas a certos animais – é mais produtivo canalizar essa energia através do estudo de Júpiter em Áries (ambição combativa), da força de Marte em seu mapa natal, ou da profundidade instintiva de um Sol em Escorpião. A mitologia e a astrologia oferecem ferramentas simbólicas seguras para explorar a sombra e a força sem recorrer a práticas potencialmente danosas ou moralmente questionáveis.
A Força do Simbolismo no Desenvolvimento Pessoal
A verdadeira força da astrologia reside em nos ajudar a entender nossos próprios impulsos mais primitivos e selvagens – aqueles que, metaforicamente, poderiam ser comparados a instintos animais. Ao invés de buscar entidades externas para manipulação, podemos olhar para o nosso mapa astral e identificar onde reside nossa própria "fera interior".
Seja o impulso de proteção do Caranguejo, a lealdade do Cachorro (associada a Sirius, uma estrela, e a mitologias caninas), ou a ferocidade do Leão, esses símbolos estão codificados em nossos nascimentos. O caminho do desenvolvimento espiritual e esotérico, especialmente no Brasil, valoriza a compreensão interna. Explore os animais do seu mapa, honre suas qualidades arquetípicas e use a sabedoria das estrelas para iluminar seu próprio caminho, deixando os rituais controversos para os nichos específicos da alta magia.